Já começo meu primeiro texto desse blog um tanto com um pé atrás. Não um pé atrás comigo mesma, mas um pé atrás com blogs (ou pelo menos com a maioria dos blogs que vejo por aí). Eles me lembram da época na qual eu era uma adolescente de dezesseis ou dezessete anos, que achava que era o máximo expor publicamente as idéias imaturas e vagas que eu tinha da vida e de todas as coisas (e que, diga-se de passagem, eu achava extremamente avançadas). Não acho que muita coisa tenha mudado de lá pra cá. Talvez só o fato de eu ter descoberto que quanto mais o tempo passa, mais tenho convicção da minha ignorância (santa ignorância... às vezes achar que se sabe demais, além de ser tolice, traz uma carga de responsabilidade moral que eu não quero e não preciso). Mesmo assim, já que é um “dever de casa” do meu professor de Oficina de Texto I, estou inaugurando meu blog à contragosto. Prefiro muito mais dizer o que eu penso e o que eu sinto numa roda de amigos, e sinceramente, na maioria das vezes prefiro nem mesmo dizer.
Eu realmente acho que esse “bum” tecnológico (em bom português mesmo) que estamos vivendo na última década e meia, é uma “faca de dois gumes”. De um lado, a informação chega mais rápida e facilmente pra todos (ponto pra ela!). Do outro, dá o direito de que cada um de nós, “humano, ridículo e limitado, que só usa dez por cento de sua cabeça animal”, possa se achar donos de verdades absolutas (mas facilmente contestáveis) e fidedignos formadores de opinião. Pois é, meus caros: estamos vivendo a era do “culto ao amador”, na qual todo mundo pensa que é tudo! Todo mundo é jornalista, todo mundo é poeta. Todo mundo é tudo! Todo mundo critica o movimento punk, mas todo mundo – e hoje mais do que nunca – leva o “do it yourself” ao pé da letra. Não que seja ruim você expor suas idéias...longe disso! Mas incomoda essa tamanha pretensão.
Já vou logo dizendo então que eu não sou, nem quero, nem pretendo ser formadora de opinião (pelo menos não enquanto eu não me ache competente para isso). Se eu fosse uma especialista em qualquer coisa, doutora de não-sei-o-quê, ou algum tipo de gênio, vá lá! Mas não me sinto apta nem a dar conselhos a minha sobrinha de onze anos de idade. Não vim aqui pra falar mal do Marcelo Dourado e a famigerada "máfia dourada", nem parafrasear Che Guevara, nem me fingir conhecedora profunda da obra de Freud, Engels, Marx ou Nietzsche... Eu não sou nada disso! Sou só uma bacharela em Direito frustrada, estudante de jornalismo (agora sim!!!!!), uma dançarina de jazz de alma, técnica e coração, e uma amadora discreta das artes, sem escolher por gênero ou porque algum crítico diz que é bom. Só porque gosto e ponto. (E não, não acho Maria Gadú a maior revelação musical dos últimos tempos! Acho o Caio Braga e suas músicas “aletrais” muito mais inovador e genial!)
Aqui, neste espaço, que é meu mais por imposição do que por vontade própria, vou apenas demonstrar um pouquinho do que penso e do que eu sinto, sem querer conquistar fãs e/ou seguidores, e isso me basta (e não achem que é pretensão às avessas, porque não é). Por fim, aviso antecipadamente que vou falar sempre do que eu quero e gosto, e não do que esperam que eu escreva. Aqui a “Céu” é o limite! ; )
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