Esse é um poema que escrevi na terceira série e que foi escolhido pra ir pro livro anual de poemas do colégio. Dêem um pouco de risada comigo! :D
Saudade a gente sente
Do fundo do coração
Às vezes saudade é ruim,
às vezes até que não.
Saudades a gente sente mesmo
em qualquer lugar
pode ser no meio da rua
ou no fundo da água do mar
Saudades não só dos amigos
Mas dos parentes também
Quando estamos juntos
Nos sentimos muito bem
Muito ruim é ficar sem parentes
Quando estamos juntos, nos sentimos contentes! "
Celina Adriana Brandão Pereira, 3ª série, Colégio Dom Bosco Assunção - Piracicaba, São Paulo
Isso explica um pouco do meu total desligamento de qualquer produção poética desde então... (Que ano era isso? Acho que 1995... E eu no auge dos meus oito anos de idade... quanta experiência de vida!)
Alguns anos depois, relendo essa "fofurinha", desisti completamente da minha "promissora" carreira de poetisa. Mas eu devia ter talento de fato... meus pais achavam a coisa mais linda do mundo e que eu devia ganhar o prêmio Nobelzinho de Literatura! (Os pais de meus coleguinhas pensavam a mesma coisa ou algo do gênero sobre os filhos deles, indubitavelmente)
Eu tenho saudades hoje desse tempo... tempo em que eu não tinha compromisso com nada, muito menos com o julgamento alheio. E esse descompromisso e despretensão me permitiam escrever (e criar) o que meu coração permitia, sem amarra alguma...
Mas a verdade? Eu era só uma menininha de oito anos de idade, cansada de tanto mudar de cidade e de colégio por causa dos mestrados e doutorados de papai. Olhei pro caderno de Juliana, uma colega, e vi que ela iria escrever um poema sobre saudades, com esse exato título. Pensei que queria tanto que chegassem as férias pra eu ir pra casa de vovó e brincar com Maiara, Ravena, Allan, Juninho... e pensei "porque não?". Sem vergonha e sem pudor, copiei o título. Escrevi rapidinho a poesia, entreguei pra professora e me livrei do trabalho de classe. Lembro de ter chegado em casa depois da aula e ter olhado pra um álbum de fotos... mas preferi não abrir. Eu sabia que ver a foto de todo mundo só ia me deixar chateada por estar longe. Do resto, eu não me lembro. Devo ter ido, meio triste, assistir Castelo Rá-Tim-Bum. E quase com certeza fui dormir depois das aventuras de Tin Tin, como sempre fazia... e no outro dias as coisas voltaram ao normal, como sempre voltavam.
Hoje sou meio avessa à poesias (às minhas, que fique claro). Mas não é nenhum trauma de infância, é só porque, adulta e crescidinha, eu descobri que não tinha esse talento. Sou feliz, mesmo sem rima e soneto. E ainda me divirto muito com meus poemas de criança.